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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Família paciente com câncer

A FAMÍLIA E O PACIENTE COM CÂNCER


Toda doença grave pode ocasionar uma crise na família. Isso ocorre muito especialmente quando o diagnóstico do paciente é "câncer". A crise é ampla e pode assumir aspectos variados que, até certo ponto, vão depender da estrutura familiar vigente até o momento em que a doença aparece. Todos os membros da família são, de uma ou de outra forma, "tocados" pelo diagnóstico, especialmente quando reside na família a antiga crença de que a palavra "câncer" tem um significado sombrio.

A extensão da doença, muito frequentemente, vai além da família; ela pode envolver, nos seus aspectos multiformes, até o círculo de amigos mais próximos. Em relação a isso, costumamos dizer que o diagnóstico de câncer afeta diretamente seis níveis de relações, conforme mostra a figura 1.
Figura 1. Mostra os seis níveis familiares e de amigos afetados por um diagnóstico de câncer. O nível seis inclui os amigos e companheiros de trabalho, colegas de estudos, etc...
A adaptação da esposa é a mais importante e difícil, de uma maneira geral, pois ela deve assumir funções muitas vezes desconhecidas, como tratar dos negócios ou outras questões financeiras. Nessa hora, ela se vê sozinha, tendo de comandar e negociar a vida de seus familiares, além de prestar o socorro, solidariedade e acompanhar o paciente aos diversos locais para consultas, exames e tratamentos. A esposa deve se socorrer de auxílio competente, enquanto o marido estiver impossibilitado de ajudá-la, se isso vier a ocorrer.

Essa verdadeira crise famíliar pode despertar emoções e angústias em todos os membros. O diagnóstico de "câncer" demora a ser completamente aceito e a sua completa extensão custa a ser entendida pela família. Em principio, todos crêem que a doença é passageira, ou seja, que será de curta duração, mas quando percebem que a enfermidade vai ser prolongada, toda a família tem que se estruturar nas melhores condições possíveis para dar o melhor para o doente.

O câncer é uma doença familiar, pelo impacto que provoca. A família que mantém uma comunicação franca e aberta, oferece uma qualidade de vida melhor ao paciente, ajudando-o a se adequar às situações mais difíceis. Nas crises, os momentos são mais difíceis para se adotar novos padrões familiares.

O suporte emocional dos pacientes com câncer e seus familiares, muitas vezes é alcançado através de terapia específica ou apoio emocional. Nessas crises, as pessoas que professam uma religião conseguem muita força.

Muitos amigos gostariam de ajudar, mas não sabem como. Por essa razão, costumam esperam que o paciente diga como poderiam ajudá-los. E o paciente tem a impressão de que os amigos se afastaram dele quando, na verdade, a grande maioria está solidária e torce pelo sucesso do tratamento. E os que conseguem uma aproximação maior, participam dos esforços familiares e costumam ser uma ajuda de grande valia porque, de um modo geral, podem ser mais racionais do que emocionais, nos momentos em que isso é mais necessário. Além disso, muitos pacientes preferem "compartilhar" os seus anseios com os amigos mais próximos, com a falsa impressão de que estão "poupando" a esposa e os filhos dos seus anseios e receios.

Os filhos têm o direito de saber de tudo o que está acontecendo, mas o fluxo dos acontecimentos deve ser explicado de acordo com a idade de cada um, e de maneira que eles entendam. Apenas dessa forma, os filhos poderão entender as mudanças que se fizerem necessárias. Até os sete anos de idade as crianças podem entender a doença, mas a primeira pergunta será se ele é o culpado por aquela doença. A criança pode imaginar que alguma coisa que ela tenha feito ao pai ou à mãe foi a causa da doença. Dos sete aos doze anos, a explicação poderá ser mais detalhada, embora sempre demonstrando a convicção de que a doença vai acabar bem. Nestas idades pode ser necessário responder a algumas perguntas, porque eles podem ter colegas no colégio que perderam o pai ou a mãe com esta doença. Nessa hora, a família deve dizer que existem vários tipos de câncer, e o do seu pai (ou mãe) é de um tipo leve e que pode ser curado com o tratamento adequado. A partir dos doze anos, tudo sobre o câncer já poderá ser explicado. Respeite os seus sentimentos e o dos seus filhos. Se, durante a conversa você chorar, não esconda, mesmo que seu filho venha a chorar também. É importante que ele perceba e até participe dos seus sentimentos. Conviver com o câncer é difícil. Algumas perguntas feitas pelos seus filhos poderão requerer respostas complexas ou incertasr. Faça com que ele entenda que "tudo é novo" e você também está aprendendo.

Muitas pessoas podem suportar dor sem precisar de remédios. Outras não suportam qualquer manifestação de dor. Muitas coisas podem ser feita pelos seus familiares, para que o paciente se sinta mais confortável nessa hora. Se este não pedir ajuda fique junto dele, escute tudo o que ele quiser falar, muitas vezes só isso é de grande ajuda. Os familiares podem também aliviar dores nas costas ou em qualquer outra parte do corpo, com massagens suaves. Leves toques na área dolorida conseguem relaxar a musculatura. As visitas devem ser curtas, porque as longas são muito cansativas.

Para que o paciente possa superar a dor, a angústia e a preocupação pelo câncer é necessário o esforço de toda a equipe médica, dos familiares e dos amigos mais próximos. Os pacientes não podem nunca esquecer que ele precisa de todos ao seu lado, mas ele é que é o chefe dessa equipe. Pensamentos bons positivos, a certeza de que em breve ele vai ficar bom, não recusar a alimentação embora esteja enjoado deve tentar comer para não ficar anêmico e debilitado, tomar os remédios com convicção de que são para curá-lo, tentar fazer alguma atividade física durante o tratamento. Estes são o estímulo que certamente vão levar o paciente a ser curado.

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GRUPO EZEQUIEL - APOIO A PACIENTES COM CÂNCER.
Fonte: http://grupoezequiel.org/artigos/artigos_004.shtml

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